Entre os dias 30 de novembro e 12 de dezembro, será realizada a 28ª edição da Conferência do Clima das Nações Unidas, a COP 28, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, onde os países que são parte da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima (UNFCCC) se reunirão para debater e repensar a agenda climática.
Essa Conferência do Clima é considerada a edição mais importante desde o Acordo de Paris , um dos motivos é que esse ano teremos o momento do Global Stocktake (GST) que é um balanço global da ONU para acompanhar e analisar a implementação das metas do Acordo de Paris à longo prazo. Isso é relevante porque o pontapé do GST foi na COP 26, a primeira discussão aconteceu no ano passado, na Semana do Clima Mena, e o próximo passo, é a conclusão do balanço na COP 28. Para entender como as políticas e iniciativas dos sistemas alimentares podem ajudar a alcançar ações climáticas como previstas no Global Stocktake, assista aqui o webinar “Food in the Global Stocktake” com moderação pela Juliana Tângari, diretora do Comida do Amanhã.
Neste ano, o Instituto Comida do Amanhã estará participando presencialmente da COP 28, acompanhando os debates sobre políticas públicas para o desenvolvimento de sistemas alimentares saudáveis e sustentáveis e entendendo os efeitos das mudanças do clima na alimentação em todo o mundo.
O que é a COP?
COP é a sigla para Conferência das Partes, um encontro, promovido pela Organização das Nações Unidas (ONU), que é realizado desde 1995 e reúne os líderes de praticamente todos os países.
Nesses encontros anuais, as autoridades governamentais, especialistas e representantes da sociedade civil debatem sobre causas e efeitos das mudanças climáticas e definem metas e negociações nacionais e globais para solucionar problemas socioambientais que prejudicam o planeta.
A presença e o nível de representação podem variar de acordo com a importância que cada país atribui à conferência e às questões das mudanças climáticas. O Brasil, por exemplo, esse ano bateu o recorde de 2.400 inscritos, sendo que 400 são autoridades e funcionários do governo.
Além disso, as atividades na COP ocorrem em duas zonas diversas: a Zona Verde (Green Zone) e Zona Azul (Blue Zone). A zona verde é aberta ao público, sem necessidade de possuir credenciais e é majoritariamente liderada por empresas, mas ainda abarca ONGS e instituições acadêmicas. É também onde ocorre uma variedade de eventos, como workshops, exposições, demonstrações de tecnologia desenvolvidas pelas empresas participantes e apresentações musicais. Essa zona não está na programação oficial do COP, mas é um espaço que atrai muitas pessoas.
Já a zona azul, é onde acontecem as negociações propriamente ditas, sendo uma área mais restrita, apenas para quem tem a credencial, como Ministros, funcionários governamentais, representantes da sociedade civil, imprensa e demais credenciados. Além disso, nessa área existem pavilhões paralelos, onde os países e organizações não governamentais compartilham e debatem sobre suas ações de combate às mudanças climáticas em seus territórios.
A COP e a pauta dos sistemas alimentares
Esse ano, uma das pautas com maior destaque é a dos sistemas alimentares, que são responsáveis por cerca de um terço das emissões globais de gases de efeito estufa. Ao mesmo tempo, as mudanças climáticas têm efeitos direto nos sistemas alimentares, afetando a produção de alimentos, com impactos em cadeia nos meios de subsistência, na segurança alimentar e na qualidade dos alimentos que chegam na mesa da população.
Foi pensando nisso, que a presidência da COP resolveu dedicar um dia inteiro, o dia 10 de dezembro, para falar sobre alimentação, agricultura e água. Esse dia terá na sua agenda 4 eixos, envolvendo lideranças nacionais, atores não estatais, aumento da inovação e financiamento. O objetivo é que os governos assinem uma Declaração dos Líderes sobre Agricultura Sustentável, Sistemas Alimentares Resilientes e Ação Climática, e integrem os sistemas alimentares e a agricultura sustentável nas agendas climáticas de seus países.
Importante destacar, que em 2017, na COP 23, foi criado o Grupo de Koronívia com o objetivo de discutir e direcionar ações relacionadas à agricultura e sistemas alimentares em resposta às mudanças climáticas. O nome do grupo foi uma homenagem às instalações do governo de Fiji, que esteve na presidência da COP naquele ano.
Em 2022, o Koronívia foi encerrado e reconhecido pelo seu legado e a partir daí, instituiu um novo Grupo de Trabalho Conjunto Sharm el-Sheikh, com uma mandato até 2026, que discutirá sobre a implementação da ação climática na agricultura e segurança alimentar.
Instituir um novo grupo para falar sobre agricultura e sistemas alimentares de forma mais sistêmica destaca a necessidade dos países em desenvolverem políticas públicas mais intensivas dentro dessas pautas com um olhar atento para a adaptação e mitigação dos impactos climáticos.
Comida do Amanhã na COP 28
A nossa diretora, Juliana Tângari, estará representando o Comida do Amanhã na COP 28 entre os dias 06 e 12 de dezembro, e até o momento, esses são os eventos confirmados que iremos participar como palestrante ou entrevistada:
06/12 às 9h (Horário do Dubai) no Pavilhão Brasil (dentro da Blue Zone) acontece o debate sobre “a transição dos sistemas alimentares e suas implicações para o meio ambiente, consumo e saúde pública” e que será transmitido pelo site: brasilcop.com
Ainda no dia 06/12 às 14h (Horário de Dubai) no Pavilhão Food4Climate também participaremos do evento sobre “Como as mudanças na compra pública de alimentos podem ajudar a atingir os objetivos de sustentabilidade (How food procurement shifts can help meet sustainability goals)” que será transmitido pelo zoom: https://us06web.zoom.us/webinar/register/WN_FzsrmSoaQ9SVxs0yrkH2vg#/registration
Ao longo dos próximos dias, estaremos trazendo algumas reflexões, informações e entrevistas sobre o que vai está sendo debatido na pauta de sistemas alimentares na COP 28 em nossas redes sociais. Acompanhe a cobertura exclusiva do Comida do Amanhã!